A Importância do Psicopedagogo Frente às
Dificuldades de Aprendizagem
A Psicopedagogia existe há cerca de 40 anos
No Brasil, a Psicopedagogia existe há cerca de 40 anos, vem despertando a atenção de educadores e outros profissionais que trabalham com processo ensino-aprendizagem, ou que tem contato com pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem.
Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escolar tem como caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldade de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.
Ao considerarmos a aprendizagem com base nos pilares cognitivos e das emoções, fazemos uso dos sentimentos envolvidos na relação professor-aluno e como o processo de ensino é efetivado em função dessa interação. Se o professor não se preocupar com a aprendizagem do aluno, este no final do ano, não terá uma posição satisfatória. Falar da relação professor - aluno é falar de relações humanas, é falar de alegria e da angustia do outro e até da falta de interesse por parte do aluno e suas respectivas dificuldades. Cada um tem uma história diferente, uma linguagem diferente, uma maneira diferente, um incentivo diferente, esses elementos foram construídos pelas múltiplas relações da realidade.
Na relação educativa, dentro das práxis pedagógica, ele é o sujeito que busca uma nova determinação em termos de patamar crítico da cultura elaborada. Ou seja, é um ser humano que busca adquirir um novo patamar de conhecimentos, habilidades e modo de agir. Mas, o próprio aluno não tem essa visão e muitas vezes se angústia dentro da escola porque ao chegar ali traz de casa o auto-conceito e auto-estima a partir das relações que desenvolve com os pais ou pessoas de seu convívio diário. O professor, em sala de aula, não pode destruir essa relação. O educando não pode ser considerado, pura e simplesmente, como massa a ser informada, ou seja, como um pote vazio que deve ser enchido com conhecimento, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos e inteligências, a educação escolar não pode exigir uma ruptura com a condição existente sem suprir seus elementos, o professor deve ver o aluno como o sujeito de sua aprendizagem, ou seja, como um sujeito como todo, não menosprezando as experiências que o mesmo traz de casa, antes do seu convívio na escola. Há uma continuidade dos elementos anteriores e, ao mesmo tempo uma ruptura, formando o novo. O que o aluno traz de seu meio familiar e social não deve ser suprimido bruscamente, mas sim incorporado às novas descobertas da escola.
Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo anterior ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por superação (Luckesi, 1994, p. 118).
Assim as relações entre os professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula, segundo Libâneo (1994), fazem parte das condições organizativas do trabalho docente, juntamente com os aspectos cognitivos e sócio-emocionais da relação professor-aluno. Isso significa que o trabalho docente se caracteriza não apenas pelo preparo pedagógico e científico do professor e de toda a equipe da escola, mas também, pelo constante vaivém entre as tarefas cognoscitivas colocadas pelo professor e o nível de preparo dos alunos para resolverem as tarefas.
A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem começa a configurar-se quando se toma consciência das dificuldades dos alunos e cuida-se em apresentar os objetivos, os temas de estudos e as tarefas numa forma de comunicação clara e compreensível, juntamente com o professor e na escola, em um todo. As formas adequadas de comunicação concorrem positivamente para a interação professor-aluno e outros que fazem parte do contexto escolar.
Aqui cito um teste realizado em uma escola nos EUA, onde mostrou o quão se faz importante essa relação de professor e aluno e o quanto isso contribui para a aprendizagem dos alunos: Na experiência, os alunos de uma escola americana foram submetidos a uma prova. Rosenthal e sua equipe disseram aos 18 educadores do colégio que se tratava de um teste especial, desenvolvido na Universidade Harvard para analisar o potencial de desenvolvimento de cada criança. Mentira. Era apenas um reles teste de QI, sem nada de especial. O objetivo da lorota era aumentar as expectativas dos professores. Os alunos fizeram a prova, e a grande sacada de Rosenthal veio na hora de anunciar o resultado. Antes mesmo de calcular a pontuação de cada aluno, os pesquisadores escolheram aleatoriamente três a seis crianças de cada série e disseram aos professores que aqueles alunos haviam se destacado e teriam um desempenho extraordinário nos anos seguintes. Era outra mentira.
No final do ano escolar, a equipe de Rosenthal voltou à escola e repetiu o teste. Os alunos que haviam sido falsamente diagnosticados como gênios haviam ganho, em média, 3,8 pontos de QI a mais que os demais. O resultado foi ainda mais surpreendente entre alunos da primeira série: a diferença entre os ungidos e o resto foi de assombrosos 15,4 pontos de QI a mais. Ou seja: as crianças que haviam sido apresentadas como mais inteligentes de fato se tornaram mais inteligentes - porque inconscientemente, sem querer, os professores haviam dado mais atenção e estímulo a elas. "O resultado mais importante desse experimento foi mostrar como a expectativa dos professores faz toda a diferença para o desenvolvimento dos alunos", analisa Rosenthal.
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